Com o apelido de Novembro Laranja, a campanha nacional também tem chamado a atenção para outros problemas da área que contribuem para a diminuição da qualidade de vida. São eles: a misofonia, na qual o paciente tem uma forte reação a determinados sons e ruídos, e a hiperacusia, que é a condição na qual a pessoa é sensível a baixas frequências e volumes de som.
A importância do Novembro Laranja
Em entrevista à Rádio CDN, o fonoaudiólogo audiologista e especialista em zumbido, tonturas e hipersensibilidades auditivas, Vitor Cantele Malavolta, falou sobre a campanha e a importância do diagnóstico precoce:
– Todos os sintomas auditivos que abordamos no Novembro Laranja, seja o zumbido, a hiperacusia ou a misofonia, trazem impactos muito grandes na vida do paciente. Quanto mais tempo o paciente ficar sofrendo com o sintoma, mais restritivo é o nosso tratamento depois, porque precisaremos remanejar outras coisas. O diagnóstico precoce é melhor tanto para nós, profissionais no caminho do tratamento, quanto para o paciente, na melhora efetiva.
Malavolta explica que, ao contrário da tendência, não há faixa etária específica para o desenvolvimento de zumbidos ou demais problemas auditivos.
– Com o passar da idade, já perdemos algumas células de dentro do ouvido e a partir dos 40 anos, existe uma maior chance de desenvolvermos este barulho no ouvido, justamente pelo avançar da idade e pelo envelhecimento. Mas, há também bastante casos de crianças com zumbido e não podemos esquecer os casos mais típicos envolvendo as hipersensibilidades auditivas em crianças com déficit de atenção, hiperatividade, TDAH, autismo. Então, não existe uma restrição de idade. Os problemas tendem abraçar desde os pequenos até os idosos – afirma o fonoaudiólogo.
Ao apresentar sintomas, é necessário procurar atendimento o mais breve possível. Malavolta ressalta que há profissionais se empenhando tanto na pesquisa, quanto clinicamente, para conseguir dar conta e ajudar os pacientes da melhor forma possível. Neste processo, a campanha também tem servido para lembrar a população que quem sofre com este problema não está sozinho.
–Hoje, temos muitas informações via internet que nos ajudam muito, mas também há condutas que nos atrapalham neste processo de tratamento. Às vezes, pacientes buscam ajuda e ouvem que é preciso se acostumar ou que não tem tratamento. Mas, sabemos hoje que é uma falácia. Há mais de 200 causas para estes sintomas e temos formas de tratar quase todas essas causas. Então, procurar o atendimento de alguém especializado é o mais importante, contar com um profissional que acolha esta queixa – conclui.
Arianne Lima – [email protected]
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